O método da cumbuca

Meu colegas de graduação sabem exatamente o que o título deste post significa. Em 2006 uma nova professora chegou ao Curso de Biblioteconomia da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Prof. Delsi Fries Davok com uma nova forma de ensinar para uma turma do terceiro ano, o método da cumbuca.

Cumbuca

Ao apresentar o plano de aula para o semestre, a diligente professora explicava que utilizaríamos o método da cumbuca em parte do semestre, quando seriam apresentados os seminários. Muito empolgada, a Prof. Delsi no explicava que a cada semana receberíamos designações de leituras para os seminário e todos deveriam ler os textos e estar preparados para discutir o texto em sala de aula. A cada encontro, o nome dos participantes seria colocado em uma cumbuca (daí o nome do método) e o sorteio seria feito no início de cada seminário. A pessoa sorteada seria a responsável por iniciar a mediar as discussões sobre o texto em questão. 

Nós, como alunos contestadores e mal acostumado que éramos, discordamos do método que a Prof. Delsi Frie Davok tão bem intencionada (hoje reconheço suas boas intenções) nos apresentava. Discordamos de tal modo que fizemos ela mudar de ideia. Os argumentos foram diversos: não tínhamos tempo para tanta leitura, a professora queria colocar em nossas mãos a responsabilidade pelas aulas, aquela não era a única disciplina que cursávamos, alguns culparam os filhos, o cachorro e o papagaio. Enfim, o método da cumbuca não foi utilizado.

Estou contando esta história porque tenho refletido a algum tempo o quão efetivo o método teria sido para a minha formação profissional e acadêmica. A verdade é que lembro do método da cumbuca desde as a aulas da Prof. Patrícia Marchiori, quando método parecido foi utilizado durante o mestrado na UFPR, em praticamente todas as aulas do doutorado na UNESP e, agora, nas aulas que estou participando como ouvinte na University of Washington (UW)

Minha perspectiva é diferente, hoje percebo que se estivesse aberta para esse método de ensino há alguns anos atras, minha forma de olhar os textos que leio hoje seria diferente. Tenho percebido que sou pouco crítica em minhas percepções sobre as leituras que faço, não que não possa ser desenvolvido, mas, esse seria o momento para essa habilidade estar presente em minha vida como acadêmica. Claro que isso também tem muito a ver com o modo de encarar o mundo dos americanos, tenho aprendido a cada segundo que converso com um colega, participo de uma discussão sobre um texto, filme, música. 

Portanto, você que quer ter uma visão mais ampla e clara do mundo, não reclame pelo número de páginas de um texto que o professor designar para leitura ou do método de ensino, antes reflita quanto ele pode contribuir para o seu aprendizado, quanto ele vai lhe impulsionar para você se tornar alguém mais crítico e com uma visão de muito mais ampla. Cobre de você mesmo, faça mais do que lhe é solicitado, faça mais e melhor do que tem feito, só assim suas metas serão alcançadas e seu esforço reconhecido.

Esta é uma forma de também prestar homenagem e agradecer a grande mestre que foi a Prof. Delsi. Muito obrigada!

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